segunda-feira, 29 de março de 2010

Inteligência e instrumentos de medida

Os primeiros psicólogos que, nos finais do século XIX, trabalharam no domínio da inteligência estavam sobretudo interessados em criar testes que pudessem ter aplicação prática na medição da inteligência, deixando de lado as questões teóricas acerca da natureza da inteligência.

Neste sentido, a inteligência era apenas definida operacionalmente em termos dos testes construídos para a medir. O que quer que os testes medissem, considerava-se ser a "inteligência". Alfred Binet, criador do primeiro teste de inteligência, terá mesmo afirmado: "Inteligência é aquilo que o meu teste mede".


• A escala de Stanford-Binet

Em 1895, A. Binet e Henri Simon publicaram um artigo em que se declaravam preparados para medir a inteligência através de um teste que incluía tarefas de memória, imaginação, atenção, compreensão e outras funções mentais. Propunham-se não apenas medir rigorosamente a inteligência, como também determinar as diferenças de nível intelectual existentes entre os indivíduos.

• A primeira escala métrica de inteligência de Binet-Simon é construída e usada em 1905, em França, quando o ministro da Instrução Pública considera necessário identificar as crianças com atraso intelectual, para que fossem colocadas em classes especiais de aprendizagem.
O teste é constituído por diferentes subtestes organizados por idades, e a cotação é feita em termos de idade mental, que correspondia à média dos desempenhos de crianças com a mesma idade cronológica.

A uma criança com seis anos que realizasse as tarefas dos subtestes estipulados para essa idade era atribuída a idade mental de seis anos, pelo que era considerada normal.
Se uma criança de oito anos apenas realizasse as tarefas dos testes específicos para crianças de seis anos, tinha uma idade mental de seis anos, pelo que se considerava que possuía um nível intelectual inferior ao normal.
Se uma criança de cinco anos fosse capaz de realizar testes específicos para crianças de seis anos, era considerada como possuindo inteligência superior ao normal.


Este teste foi posteriormente sujeito a estudos de revisão para o adaptar a países de outras línguas, nomeadamente de língua inglesa, e para padronizar a idade mental (I.M.) própria de cada faixa etária. Este trabalho foi realizado pela primeira vez em 1916 por Lewis Terman e outros psicólogos da universidade de Stanford, pelo que o teste passou a ser conhecido como a escala de Stanford-Binet.

Com a revisão liderada por Terman, o resultado do desempenho dos indivíduos nos testes passou a ser expresso em termos de quociente de inteligência (Q. I.).

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