segunda-feira, 29 de março de 2010

Inteligência

Definição de Inteligência (Texto 1)

A palavra “inteligência” vem do latim inteliggentia, que significa “compreensão”, “faculdade de compreender”. A inteligência pode ser definida tendo em conta os seguintes traços: capacidade de adaptação a situações novas e resolução de problemas, capacidade de pensar abstractamente e capacidade aprender. Estas três capacidades são indissociáveis, complementares, nenhuma delas pode ser analisada de forma independente. Estão interligadas, constituindo diferentes tipos de inteligência. A inteligência é um sistema complexo.

Thorndike distinguiu três tipos de inteligência que interagem de forma constante a construtiva segundo o tipo de exigências a que estamos sujeitos.

Inteligência prática – tipo de inteligência que recorre a acções e representações perceptivas para resolver problemas. A inteligência prática permite resolver, de forma concreta, problemas práticos do quotidiano.

Inteligência social – tipo de inteligência que se manifesta na vida relacional e social e na resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente à intuição.

Inteligência conceptual ou abstracta – tipo de inteligência que se manifesta na capacidade de resolver problemas recorrendo à linguagem e a outros sistemas simbólicos. Manifesta-se em capacidades de compreensão, raciocínio, na resolução de problemas e tomadas de decisão.

Concepção factorial (Spearman) – defende a existência de uma inteligência geral (factor G) que estaria subjacente a todas as funções intelectuais, aos factores específicos – factores S.

Concepção multifactorial (Thurstone) – composta por vários factores, negando assim a existência de um inteligência geral.

Segundo Thurstone, a inteligência não é uma capacidade constituída por uma estrutura única: é composta por vários factores que designa por aptidões mentais primárias.
Visualização espacial – capacidade de visualizar e compreender formas e relações espaciais;
Rapidez perceptiva – capacidade para reconhecer rapidamente pormenores, semelhanças e diferenças entre objectos;
Compreensão verbal – capacidade para compreender as ideias expressas através de palavras;
Fluência verbal – capacidade para produzir e compreender rapidamente a linguagem oral e escrita;
Memória – capacidade para reter e recordar a informação;
Raciocínio – capacidade para resolver problemas lógicos;
Aptidão numérica – capacidade para resolver problemas aritméticos, fazer cálculos.

Guilford distinguiu pensamento convergente de pensamento divergente:

Pensamento convergente – é a existência de uma resposta ou conclusão que surge como única: o pensamento é orientado em direcção a essa resposta que surge como a melhor. É um pensamento dominado pela lógica e objectividade.
Pensamento divergente – é caracterizado por uma exploração mental de soluções várias, diferentes e originais para um mesmo problema.

A criatividade está intimamente ligada ao pensamento divergente pois é a capacidade que permite fazer algo de novo, lidar com uma situação de modo inédito e original.
Algumas características do pensamento criativo são:
1) A originalidade – produção de algo de novo, descoberta de novas soluções…
2) Fluidez – capacidade para imaginar e descobrir várias respostas para um problema;
3) Flexibilidade – permite um pensamento versátil, flexível e a mudança de estratégia na resolução de um problema.

A inteligência depende de vários factores:

Hereditariedade – há uma componente genética na determinação da inteligência de um indivíduo. Ainda que a informação hereditária não defina as capacidades intelectuais de uma pessoa, estabelece os limites de desenvolvimento e a expressão destas capacidades em interacção com o meio.

Meio Social – o meio social é um factor que influencia, estimulando ou dificultando, o desenvolvimento da inteligência. O meio, proporcionando condições para o desenvolvimento físico, psicológico e social, tem um papel decisivo no modo como a componente genética se manifestará. A família, a escola e o contexto social mais alargado podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento da capacidade de ser inteligente. Assim, um meio que assegura as necessidades fundamentais e rico em estímulos facilita o desenvolvimento das capacidades intelectuais. Os factores sociais são determinantes na modelação do potencial genético que pode ser ou não desenvolvido.

Expectativas – os indivíduos têm tendência a responder de acordo com as expectativas, positivas ou negativas, que são feitas pelas pessoas mais significativas: família, professores e amigos. Se as expectativas são negativas as capacidades intelectuais podem ser bloqueadas; se são positivas podem ser estimuladas. O que os outros esperam de um indivíduo influencia a sua auto-estima e motivação, o que se reflectirá na sua capacidade intelectual.

A escala Métrica de Binet e Simon foi o primeiro instrumento a medir, através de testes, as capacidades mentais.
O quociente de Inteligência (QI) é a razão entre a idade mental (IM), avaliada pela aplicação de testes, e a idade cronológica (IC).

Limitações que se colocam à aplicação de testes de QI

São várias as limitações que se colocam à aplicação dos testes de inteligência:

A situação de avaliação é artificial podendo por isso afectar os resultados. Por outro lado, o estado do sujeito no momento em que realiza os testes pode afectar os resultados.

Os testes só avaliam determinadas aptidões e capacidades intelectuais. Sendo a inteligência uma faculdade tão complexa, multifacetada e abrangente, os testes só medem alguns dos seus aspectos.

A forma como os resultados dos testes são interpretados e utilizados podem conduzir a deturpações especialmente se se partir do pressuposto fornecem de forma objectiva o nível de inteligência de uma pessoa.

Os testes só podem ser aplicados aos indivíduos que se enquadram nas características da população para a qual foram construídos. Quando esta norma não é respeitada os resultados obtidos podem, por exemplo, prejudicar pessoas de origem e condição social mais baixa podendo provocar levar à discriminação. No passado os testes de inteligência não tinham em conta o contexto sociocultural dos indivíduos que os realizavam. Ao serem utilizados incorrectamente, de forma redutora e abusiva conduziram e justificaram a discriminação social e racial.
(Texto 2)

A inteligência possibilita a ultrapassagem de várias limitações, permitindo aos seres humanos falar, cultivar os campos, domesticar animais, construir cidades, produzir teorias que tornam o mundo mais compreensível. Justificou classificações que distinguiam de forma radical os normais dos anormais, os inteligentes dos menos inteligentes, justificando preconceitos que conduziram à exclusão de muitos seres humanos. A palavra inteligência tem origem no latim, e quer dizer compreensão, faculdade de compreender. A definição desta faculdade è bem mais difícil de enunciar do que a sua etimologia. Não há uma definição universal, o termo inteligência è utilizado com significados muito diversos, encontrando-se várias definições.
Inteligência prática, manifesta-se empiricamente pela invenção, fabrico e uso de objectos, estando na base de respostas concretas aos problemas do quotidiano. Revela-se ao nível da actividade concreta, manipulando os objectos. Recorre na resolução dos problemas, à capacidade de mobilização ou manipulação de representações perceptivas e às acções.
Inteligência social, manifesta-se na vida social e relacional e no resolver de problemas interpessoais, recorrendo à intuição. Está na base dos comportamentos de relação social.
Inteligência conceptual, também chamada de racional e abstracta, pressupõe o recurso da linguagem e de outros sistemas simbólicos. Manifesta-se nas capacidades de raciocínio, tomada de decisões, resolução de problemas e compreensão. Na capacidade simbólica e verbal.
Quociente de Inteligência ( QI), è usado pela primeira vez na Alemanha com Stern. O quociente de inteligência determina a relação entre a idade mental e a idade cronológica. Para calcular o QI, dividiu a idade mental, obtida numa bateria de testes, pela idade cronológica, multiplicando o resultado por 100.
Teoria das inteligências múltiplas, existem diferentes tipos de inteligência, como, a inteligência lógica- matemática, onde tem aptidão para raciocinar, formular e validar hipóteses; inteligência linguistica, tem aptidão verbal, mais as subtilezas de significado. Concretamente a linguagem verbal e escrita; inteligência espacial, aptidão para representar espaço, reconhecer ou até desenhar relações espaciais; inteligência musical, para cantar, tocar, compor uma musica; inteligência corporal- cinestésica, para controlar movimentos de forma adequada, como dançar, fazer atletismo; inteligência interpessoal, para compreender e responder adequadamente a outras pessoas e por fim, a inteligência intrapessoal, para se compreender a si próprio.
Factores de inteligência, são a hereditariedade, factores sociais, idade, expectativas. A inteligência está relacionada com a herança genética, a hereditariedade. Existe um contributo da hereditariedade no nível das capacidades intelectuais. Mas a hereditariedade está relacionada com os factores sociais, o meio sociocultural da família influencia o desenvolvimento da inteligência. As condições económicas, o nível de instrução dos pais, um ambiente estimulante ou até a sua profissão afectam o desenvolvimento das capacidades intelectuais das crianças. A idade è também um importante factor. Aos diferentes estádios correspondem diferentes expressões de inteligência. A inteligência manifesta-se de forma diversa segundo o desenvolvimento e a idade. Todos somos influenciados pelas expectativas, positivas ou negativas, sobretudo pelas pessoas mais chegadas como os pais, amigos, outros familiares. Tendemos a ajustarmo-nos às expectativas pelo facto de estas influenciarem o autoconceito, motivação para aprender, persistência na realização de tarefas.
Pensamento convergente è o mundo normal. È a existência de uma resposta ou conclusão que surge como única, o pensamento È orientado em direcção a essa resposta que è a melhor. È um pensamento dominado pela objectividade e pela lógica. Dirige-se para um ponto comum, para o mesmo fim.
Pensamento divergente, è um pensamento diferente, discordante, oposto. È totalmente diferente do habitual. Caracterizado por uma exploração mental de soluções várias e originais para um mesmo problema. uma pessoa que tem um pensamento divergente è uma pessoa artística e criativa.
A criatividade è uma forma especial de resolver problemas com elementos novos ou raramente usuais. Prefere a complexidade e a novidade, acentua valores teóricos e estéticos ao mesmo tempo. A criatividade apresenta três aspectos fundamentais, a fluidez, a flexibilidade e a originalidade. A fluidez consiste na capacidade de encontrar múltiplas soluções, espontaneidade. A flexibilidade, è a capacidade para mudar de estratégia na resolução de um problema, aptidão para várias coisas ou aplicações . A originalidade, caracteriza-se pelo encontro de novas formas para resolver problemas, tem haver com a singularidade, extravagância e a excentricidade, è a principal característica da criatividade. As pessoas criativas têm uma fluência de ideias imaginativas, uma flexibilidade que as torna capazes de aprenderem relações, não visíveis, existentes nos problemas.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa o teu comment*